ANÁLISE DO CONTO A CARTOMANTE
A CARTOMANTE.
A onisciência do narrador é percebida através da expressão dos sentimentos das personagens e do modo como os fatos são focalizados, posto que o texto é narrado em terceira pessoa. A narrativa é do tipo media res, pois se inicia na metade da história, retomando o narrador no parágrafo 14, o seu início.
As expressões de tempo e espaço são utilizadas para dar um tom realístico à obra, de forma cronológica (dia, mês, ano), “Numa sexta-feira, de novembro de 1869 (...)”, e psicológica (flash-back feito pelo narrador), “A voz da mãe repetia-lhe uma porção de casos extraordinários (...)”.
Igualmente podemos notar que o tempo é utilizado como um fator de importância funcional, já que há uma rica descrição das ações e sentimentos de Camilo quando recebe o bilhete de Vilela (parágrafo 25) até chegar a casa de Rita para saber o motivo do chamado urgente (parágrafo 56).
As ações se passam na cidade do Rio de Janeiro:
* “Aqui perto, na rua da Guarda Velha (...)”
* “A casa do encontro era na antiga rua dos Barbonos (...)”
* “Esta desceu pela rua das Mangueiras, na direção de Botafogo (...)”
Há apenas uma menção de fatos passados no interior do Estado do Rio de Janeiro:
* “No princípio de 1869, voltou Vilela da província, onde casara (...)”
No tocante ao enredo, a este é aplicado o esquema quinário: O texto inicia-se com uma citação filosófica de Hamlet, na sequência um diálogo entre Camilo e Rita à respeito da Cartomante e a incredulidade de Camilo (estado inicial). A complicação é marcada com o início dos bilhetes. Durante a evolução do caso amoroso de Camilo e Rita, uma carta anônima provoca um encadeamento de ações, com destaque para as emoções de Camilo (dinâmica). Camilo resolve o conflito interno após se consultar com a Cartomante, que o faz crer que nada de mal acontecerá com ele e sua amada (resolução). Chegando ao estado final, que é estabelecido não por voltar ao estado inicial, mas sim a