Análise do conto "pai contra mãe"
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E JURÍDICAS
CURSO DE LETRAS TERCEIRO PERÍODO
DISCIPLINA: TEORIA DA LITERATURA III
PROFESSOR: VALDEMIR ANTÔNIO DE OLIVEIRA
ACADÊMICA: CARLA REGINA BATTISTI
ANÁLISE DO CONTO “PAI CONTRA MÃE” DE MACHADO DE ASSIS E DO FILME “QUANTO VALE OU É POR QUILO” DE SÉRGIO BIANCHI:
UM OLHAR SOBRE A ESCRAVIDÃO
A produção do contista Machado de Assis se inicia em 1858 e estende-se aos inícios do século XX, com a produção de quase 300 contos, publicados nos jornais e revistas da época. Embora o conto literário já viesse se firmando no Brasil a partir de meados do século XIX, é com Machado de Assis que essa forma ficcional revela todas as suas possibilidades. Reconhecido como o maior prosador da literatura brasileira, a produção de seus romances marcada pela habilidade de construir textos mesclados da ironia nascida da observação da sociedade em que vivia, é principalmente como contista que se revela um narrador capaz de prender e conduzir a atenção de seu leitor. Nos contos machadianos, revela-se uma sociedade habitada por seres solitários capazes de alcançar tão somente uma felicidade mesquinha. A sociedade de convenções a todos esmaga e a eles impõe vidas inautênticas, vazias. O conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis, publicado em 1906, no livro Relíquias da Casa Velha, insere-se na fase "madura" do autor, de características marcadamente Realistas. Ambienta-se no Rio de Janeiro do século XIX antes da abolição da escravatura, que serve de pano de fundo para a narrativa. Os aspectos sócio-econômicos das personagens beiram a miséria, com dificuldades muito grandes, dependência e escassez. O pensamento predominante é maquiavélico e capitalista, com destaque para a "coisificação" do ser humano, resumindo os escravos a mercadoria.
Narrado em 3ª pessoa, é um dos contos em que o autor apresenta a escravidão de uma maneira impressionante e brutal.