Análise do conteúdo
Juliano Pereira da Silva
Análise do Conteúdo
“Os pesquisadores costumam encontrar três grandes obstáculos quando partem para a análise dos dados recolhidos no campo (...) O primeiro deles (...) ‘ilusão da transparência’ (...) O segundo (...) sucumbir à magia dos métodos e das técnicas(...) O terceiro (...) é a dificuldade de se juntarem teorias e conceitos muito abstratos com os dados recolhidos no campo.” (Minayo, 2000: p. 197, apud Cappelle, Melo e Gonçalves, 2003).
A análise do conteúdo, ainda não como uma metodologia, não tem sua origem determinada. O estudo da linguagem pode ser encontrado, por exemplo, nos interesses dos pensadores da Grécia Antiga ou na hermenêutica que buscava interpretar passagens bíblicas e religiosas. Ao passar dos anos, especialmente no século XX, a leitura de textos que buscava compreensões, além do escrito, tomou outra forma com o surgimento da linguística como uma ciência, buscando, por meio da própria linguagem, a sua descrição. (Capelle, Melo e Gonçalves, 2003). A análise do conteúdo como uma metodologia é muito utilizada nas ciências sociais, tanto em pesquisas qualitativas, como nas quantitativas, em ambos os casos nas análises dos dados coletados. Este método, possui suas próprias técnicas, como um guia prático que conduz a ação do pesquisador. A análise do conteúdo busca uma compreensão do texto que vai além de uma leitura comum, de acordo com Bardin, se constitui como:
Um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens (Bardin, 1979, p.42, apud Capelle, Melo e Gonçalves, 2003, p. 4).
De acordo com esta definição, ao se traçar o objetivo de estudo, que deve ser delimitado, para que não se perca o foco, a análise do texto