Análise de texto
FOUCAULT, M. “Instituições completas e austeras”, in Vigiar e Punir: Nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1987. p. 195 a 214.
A prisão é uma instituição que se tornou um centro de repressão e estigmatização da criminalidade fomentando e alimentando a delinquência dentro do universo carcerário.
A prisão é na verdade um instrumento doutrinador das massas que não pretende ressocializar ou regenerar os condenados, mas, sobretudo incluí-lo em um sistema de normalizador de vontade. O autor começa o texto mostrando que a prisão desde o seu nascimento, surgiu como peça essencial no processo de punições e repressão ao crime, substituindo o suplício das penas anteriores e suprimindo um bem essencial da humanidade, a saber, a liberdade. Assim a prisão seria o castigo por excelência por ser igualitário permitindo quantificar exatamente a pena do condenado. O autor mostra que no seu surgimento a prisão nasce como uma forma de controlar todas as formas de ilegalismos, como uma transformação de indivíduos, todavia essa instituição desde o seu nascimento já nasce falida, pois desde o inicio a sua função não foi a de ressocializar o preso, mas sim modificá-lo através da privação da liberdade. Foucault chama a transformação aos efeitos internos do encarceramento de “prisão-castigo ou prisão-aparelho”, pois as técnicas corretivas prisionais fazem parte da armadura institucional da detenção penal, o preso é doutrinado constantemente através dos mecanismos internos de repressão, etc. A prisão não é uma instituição inerte, ela é um aparelho disciplinar exaustivo e sua ação sobre o indivíduo é contínua e ininterrupta, revelando um poder quase soberano sobre a vida dos condenados.
Dessa forma, quanto mais o encarceramento consegue doutrinar e subjugar os condenados mais poder e sujeição é alcançado. Surge assim a lógica da disciplina.
O autor mostra que a prisão vai muito além da simples