Análise de Goffman sobre o Estigma e a importância disto para a sociologia
A sociedade pode ser considera como um objeto exterior ao indivíduo (a exemplo da teoria do Fato Social de Durkheim), porém, pode também ser considerada tão fruto das relações sociais, ao ponto de, no intuito de entender a mesma, serem observadas relações especificas entre os indivíduos. No livro Estigma, do sociólogo Erving Goffman, apresenta uma análise que poderíamos enquadrar no que se convencionou chamar Microssociologia, onde é apresentada uma reflexão feita através da análise de uma categoria considerada pequena demais por muitos.
A palavra estigma (título do livro) na cultura grega estava relacionada a marcas físicas que sinalizavam uma má ou extraordinária característica, mas nos dias atuais ela remete a uma característica que foge à normalidade. Ao longo da obra, o autor utiliza vários exemplos que tornam mais claro o significado que a palavra tem para nós, sempre fazendo uso do antagonismo Normais-Estigmatizados.
O sociólogo observa os tipos de estigma, podendo ser eles deformidades físicas, culpa de caráter individual (vícios, opção sexual, etc.) e racial (tribais e religiosos). Porém, o conceito de estigma ou de anormalidade vai além das características estigmatizadas em si, é algo construído socialmente, tanto que variando as sociedades, podem variar também as características consideradas como estigmas. Logo, partindo do conceito de que o estigma é socialmente construído e que ele influencia diretamente na identidade do individuo, Goffman distingue três tipos de identidades.
A Identidade Pessoal é aquela pela qual somos identificados em sociedade, é o que nos diferencia de todos os outros indivíduos, o número da identidade e as digitais são bons exemplos deste tipo de identidade. Há pouca influência do social nesta identidade porque ela tem a ver com as características únicas de cada indivíduo. Portanto, sendo estigmatizado ou não, o individuo possui uma identidade