Análise de documento "Relação da Viagem ao país dos Tapuias"
Enviado como interprete e embaixador ordinário da Companhia das Índias Ocidentais, Roulos Baro veio a colonia com a missão de estabelecer uma aliança entre os nativos, chamados de Tapuias, e os holandeses. E é essa a questão fundamental do relato, tendo em vista que essa aliança é essencial para a permanência dos holandeses no território. Também é imprescindível no estreitamento das relações com as culturas autóctones para a ocupação e desenvolvimento de suas atividades no território brasileiro, caso o contrário seria inviável a sua manutenção.
Tapuias é um termo genérico referente aos indígenas que eram hostis a Portugal, não aceitavam a evangelização. Não são uma etnia ou um grupo especifico, são todos os indígenas que independente da tribo de origem tem essa característica de ''hostilidade''. A definição de hostilidade é da mais variada, interesse territorial, guerra por vingança e alianças firmadas com adversários (seculares ou circunstanciais). A posição dos índios referente a portugueses ou holandeses não fica clara no relato, já que quando o autor se refere a tapuias não temos como identificar de que grupo se trata. Percebe-se que o termo discorre de maneira generalizada pelo interprete, fazendo com que a idéia de Tapuia represente de alguma forma uma parcela dos nativos com uma posição política divergente aos colonizadores.
No relato Baro apresenta alguns grupos envolvidos: Vvariju, líder dos tapuias; Janduí, ancião líder de algum outro grupo; Paicu, que não tem uma posição clara entre aliado ou inimigo, e os brasilianos que são os indígenas, ou descendentes, destribalizados e mais próximos aos portugueses, que nesse contexto também não estão em uma posição clara, já que no ambiente de guerra as alianças não se dão por proximidade, mas por interesses em comum e trocas de presentes.
Ainda no relato, nota-se que o