Análise de "do mundo nada se leva", de frank capra
Em
qualquer governo, a propaganda é estratégica para o exercício do poder, mas adquire uma força muito maior naqueles em que o Estado, graças ao monopólio dos meios de comunicação, exerce controle rigoroso sobre o conteúdo das mensagens, procurando bloquear toda atividade espontânea ou contrária à ideologia oficial. O poder político, nesses casos, conjuga o monopólio da força física e da força simbólica; tenta suprimir dos imaginários, toda representação do passado, presente e futuro coletivos que seja distinta daquela que atesta a sua legitimidade e cauciona o controle sobre a vida coletiva. Em governos dessa natureza, a propaganda política se torna onipresente, atua no sentido de aquecer as sensibilidades e tende a provocar paixões, visando assegurar o domínio sobre os corações e mentes das massas.
Nas décadas de 1930 e 1940, período em que as platéias norte-americanas encontravam-se abaladas pela “Grande Depressão” econômica e pela Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), não houve outro cineasta mais premiado e admirado que Frank Capra, um imigrante italiano, que capturou como ninguém o espírito otimista do New Deal (Novo Acordo) do presidente Franklin Delano