Resumo paciente psiquiátrico
VAN DEN BERG, J.H. O Paciente Psiquiátrico: esboço de uma psicopatologia fenomenológica. Campinas: Editorial Psy II, 1994. Capítulo 1 e 2.
Fernanda Paes dos Reis
Ambos capítulos se designam a argumentação com respeito a forma tradicional de se compreender e patologizar pacientes psiquiátricos.
O autor é bastante convincente trazendo a todo momento exemplos de como algumas nomenclaturas ou conceitos criados na psiquiatria tradicional deixam a desejar na forma de ver o que sente, passa e verbaliza o doente.
Refere-se a de forma sarcástica e muito inteligente, a explicação usualmente dada a alguns sintomas apresentados por determinados pacientes, e aborda o quão inepalpável se mostram ser, como exemplo temos a negação, conversão, transferência e mitificação (ou falsas memórias).
Segundo o autor, a palavra projeção nega o que o paciente percebe. A palavra conversão nega o que o paciente sente fisicamente. O termo transferência nega o que o paciente encontra em outras pessoas e o vocábulo mitificação denega o que o paciente relembra. São quatro vezes não, no que se refere aos males do paciente. Não lhe resta senão sofrer dentro do domínio chamado sujeito.
Ao contrário, e aborda o autor em determinado momento do segundo capítulo, a atitude fenomenológica diante dos mesmos relatos dos pacientes exemplificados, busca, pôr-se em seu lugar, o que significa que o médico se coloca na existência do paciente, no mundo do paciente.Pois ele está certo. Assim como estão as outras percepções que não do paciente porém a respeito dele. Nada nos autoriza a afirmar que a nossa observação é mais verdadeira que a do paciente. Também nossa própria observação prova apenas o que parecemos e o que somos.
Importante é saber como é a existência do paciente. A patografia, em vez de ser negativa, deve ser positiva.
Sendo a Fenomenologia um método, poderíamos mesmo dizer, uma atitude. O seu método constitui um modo de observação.
Os