Análise da turma da monica
O entretenimento é muito estudado em seu aspecto mercadológico e empresarial. E com esse enfoque, o entretenimento é visto somente como uma forma de produção de capital para as empresas. Como diz Trigo (2003), “o entretenimento é mesmo divertido, fácil, sensacional, irracional, previsível e subversivo”. Por isso é considerado, segundo Debord (1997, apud, Trigo, 2003, p.32), como um “espetáculo para as massas”. A produção cultural no entretenimento sempre foi negligênciada a segundo plano, e as elites intelectuais nunca confiaram na sensibilidade das classes desfavorecidas, não divindo seus produtos culturais. Desse modo, o entretenimento das classes mais baixas foi desvalorizado e tornou-se aos olhos da nata intelectual em uma política de pão e circo.
Mesmo com essa visão das elites - e o entretenimento tem mesmo o intuito de atrair as massas - não há uma restrição a este objetivo, pois seu alcance é muito maior e difuso.
A Turma da Mônica e sua produção cultural no entretenimento
A cultura e a sociedade são amplamente perceptíveis nas histórias em quadrinhos. Proveniente da cultura jornalística, os quadrinhos ensaiam, com seus protagonistas e coadjuvantes, representações e imitação do real e convivência humana, sendo este um dos motivos que atrai o público, a mimetização de suas vidas e o reconhecimento que têm com as características dos personagens. Estes detalhes são, sem dúvida, um dos pontos mais intrigantes das páginas das HQs, pois são o que fazem o público ter apego e fidelidade.
Os desenhos propõem a interpretação e a convivência com fatores culturais e sociais de diferentes realidades, o que possibilita uma maior abrangêngia de conteúdo e de público consumidor. Este é um fator muito utilizado por Mauricio de Sousa, com seus personagens da Turma da Mônica. As reflexões nem sempre ocorrem de forma direta. Sendo assim, direta ou indiretamente os desenhistas e roteiristas das histórias em quadrinho buscam na vivência de comunidades a