Análise da carta de pero vaz de caminha - contexto literário

611 palavras 3 páginas
Pero Vaz de Caminha tem o cuidado de falar de tudo o que vê no caminho, até das coisas que não entende e desculpar-se por não sabê-las explicar. “Da marinhagem e das singraduras do caminho não darei conta a Vossa Alteza – porque o não saberei fazer – e os pilotos devem ter esse cuidado”. Seu senso de observação e sua capacidade de narrar também não são menos digno de elogios. Ele é tão honesto na observação dos fatos, que relata na carta, as dúvidas que porventura tenha tido, mostrando-se fidelíssimo ao rei, contando-lhe com minúcia os detalhes – características físicas dos nativos, animais, plantas, relevo, vegetação, clima, solo, produtos da terra, exatidão do acontecimento mencionando dia e hora aproximada, etc. – dos fatos ocorridos. Fala das supostas riquezas que a terra pode apresentar. Tem a preocupação básica de informar, procurando transmitir o máximo possível de dados a respeito do que ocorria e do que via, ouvia e sentia. Reunindo o que viu às categorias que construiu, Caminha completou o ciclo: propõe ao rei, no final de seu texto, caminhos concretos para o aproveitamento do território e de seus habitantes, a saber: o desenvolvimento da agricultura e a cristianização dos índios. A Carta de Pero Vaz de Caminha é marcada pelos adjetivos, quase sempre empregados no superlativo dando início a uma tradição, o ufanismo ou nativismo – a exaltação exagerada das virtudes da terra e do povo – esse ufanismo e exaltação do Brasil seria a principal semente do sentimento nativista, que ganharia força no século XVII, durante as primeiras manifestações coloniais. “Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E portanto se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual

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