Conceito de literatura brasileira. coutinho, afrânio. editora vozes, 2008
A literatura desenvolvida em terras brasileiras passa por muitos conceitos até ser intitulada literatura brasileira, pois o Brasil enquanto colônia era um pedaço de Portugal, que como metrópole detinha os ganhos, lucros, ou recompensas de todas as riquezas contidas na colônia. Sendo então todas as produções brasileiras diretamente portuguesas, unidas em blocos, fundidas em uma só literatura. Entretanto a preocupação com o nacionalismo no Brasil; busca de valores de cunho nativista, uma individualidade que transformou a mentalidade dos habitantes através da mudança se sensibilidade, das motivações e interesses, reações, maneiras de agir, tudo provocado pela nova situação histórica e geográfica. Esse processo modificou o homem de tal forma que cria um novo homem, uma nova ideologia, um novo pensar. Logo, os homens nascidos ou transferidos para a colônia adquiriram a essência da mesma, se diferenciando dos lusos na maneira de falar, na expressão de suas sensibilidades, na poesia, música, se distanciando do que era produzido na Europa. Essa separação de literatura lusa da brasileira não se dá aleatoriamente, mas com bases em comparações dos fenômenos já apresentados. Ao lermos Raquel de Queiroz, por exemplo, a essência do Brasil sentida em seus textos não é facilmente sentida por um português, como não sentimos a essência de um escritor luso, como, por exemplo, José Lins do Rego. Essa “dissolução” não questiona qualidade ou menospreza uma ou outra literatura, é só um marco de liberdade, a formação de uma nova civilização. Desde Gregório de Matos, a literatura passou a se diferenciar da portuguesa. O fator histórico também influenciou essa tendência nacionalizante – o momento vivido na política e na economia trazendo uma mudança de um regime, antes colonial para regencial, consolidando a nacionalidade e libertando de vez a