análise crítica do filme Ágora
Todo esse enredo tem como centro a filósofa e professora Hipátia, única personagem feminina do filme, que ensinava matemática, filosofia e astronomia na escola de Alexandria, junto à biblioteca. Hipátia tem entre seus alunos dois que a ama, Orestes (pagão) e Davus (seu escravo) e Sinésio, que já era cristão. Orestes a amou e declarou-se na frente de toda sociedade pagã, no entanto, em troca, Hipátia dá-lhe o sangue de seu ciclo como recusa do seu amor. Ela era uma mulher a frente da sua época, pois naquele tempo as mulheres teriam que viver caladas e submetidas aos desejos dos homens, servindo apenas como algo carnal. Além de ser obcecada pelo estudo, pela astronomia e filosofia, e dizer não amar ninguém a não serem esses, ela declarou-se ateia na frente de toda sociedade, onde ela defendia que todos nós somos irmãos e iguais, que nada nos distingue, não aceitando as divergências entre as religiões. Devido a isso, posteriormente, quando a religião cristã domina Alexandria, Hipátia é tachada de bruxa, impura e pecadora o que trará sua morte, apedrejada, através dos fieis cristãos.
Mas não é só de ciência que se fala o filme, como por todo o curso da história, a ciência sempre está em conflito com a religião, e é esse um dos grandes pontos do filme, o conflito religioso. Como já foi dito, à época do filme, o cristianismo havia acabado de se tornar uma religião tolerada em Alexandria, pois antes não era permitida. Assim, havia três “tipos” de religião no momento: cristianismo, judaísmo e a cultura greco-romana (que