Antropologia e meio ambiente - dependência quimica
Dependência Química
Representações da dependência química na sociedade atual
O conhecimento elaborado pelo senso comum, apesar de gerar e orientar as práticas sociais, não tem status de ciência, pois não produz verdade científica. Sendo assim, o conhecimento científico passa a ser privilégio de um reduzido grupo que impõe certezas e, segundo a visão de Moscovici, retira dos demais grupos o direito de avançar para um estágio mais elevado do conhecimento (Alexandre, 2000).
A atenção que o tema “drogas” vem despertando na sociedade brasileira nos últimos anos não tem comparação com a nossa história. Abordado de forma sensacionalista, por grande parte da imprensa televisiva, o fenômeno acarreta reportagens com largas chamadas sobre “grande apreensões de cocaína”; a “guerra do narcotráfico no Rio de Janeiro”; a “discussão sobre a legalização da maconha” e agora com espantosa ênfase, o “poderio do crack que destrói a vida dos meninos de rua, em São Paulo” (Oliveira & Nappo, 2008).
Essa exposição do tema, nos meios de comunicação, mostra o lugar ocupado pelo assunto em questão, na nossa sociedade atual. No entanto, um dos mais importantes aspectos deste tema é que, em nossa opinião, está sendo deixado de lado é que o uso de substâncias psicoativas é um fenômeno mundial e acompanha a humanidade desde as primeiras civilizações; e o que mudou foi o significado e a forma que os indivíduos tem se relacionado com elas. Os veículos de comunicação social tem dado grande destaque aos problemas que envolvem as “drogas”, mas nenhuma contribuição ou orientação sobre como coexistir junto a elas sem que haja danos à saúde (Acselrad, 2000). Talvez porque “aprender a lidar com as drogas” não vende jornais, não aumenta os índices de audiência das emissoras e não dá voto para políticos em época de eleição. Até mesmo os livros e artigos científicos que anunciam discutir o tema “drogadição”, evitam ou são reticentes quando o assunto é conviver