Antropologia (resumos)
Deve ser ressaltado que uma característica fundamental desses textos (...) foi a retomada de uma perspectiva propriamente sócio-antropológica sobre o fenômeno do consumo, que desautorizava algumas teses vigentes de caráter transcendente e moral. Esta abordagem surgiu, portanto, como uma ¿terceira via¿ para aqueles que não se adequavam ou não conseguiam mais enxergar este importante fato social do mundo contemporâneo - o consumo - pela ótica exclusiva das polarizações e dos dualismos.
A ênfase do livro recai sobre o processo através do qual as coisas tornam-se mercadorias, com contribuições empiricamente ricas e analiticamente provocativas.
Reflexão sobre o Culto Moderno dos Deuses e fe(i)tiches (LATOUR, Brun)
Latour aparece para dizer que tudo o que se explica e se comprova cientificamente é construído num modelo em que há também um dedo de imperfeição, ou pelo menos as impressões digitais do autor, o próprio homem, que todos sabem, imperfeito. Essa comprovação (a partir de métodos científicos), para Latour, nada mais é do que uma verdade assumida por um grupo de pessoas, jamais definitiva.
Reflexão sobre fetichismo, que Latour deixará em paz os cientistas, embora o tema do fetiche, no lugar-comum de nossas leituras, remeta mais a tribos indígenas adorando totens, a sessões de candomblé ou, no máximo de proximidade, a missas em igrejas repletas de imagens de santos. Para Latour, o fetichismo está em todo lugar onde há uma pessoa, inclusive no laboratório
Avalia que se um índio adorador de totens tem uma crença em algo que ele próprio fez com suas mãos (o totem), essa crença não é totalmente ingênua, pois ele mesmo cortou e esculpiu a madeira que considera santa. O índio simplesmente faz uso desse artifício para sublimar um sentimento que talvez seja temor pelo desconhecido. Dessa forma, haveria algum cinismo entre os "civilizados" ao simplificar as coisas dizendo que o índio adora a madeira, ou um pedaço