Antropologia politica
Edson Porto – 110060008
Fichamento:
Kuschnir, Karina. Antropologia da política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
Rituais e política
Partindo da perspectiva de que as vicissitudes sociais e a agencia individual dos sujeitos inseridos nas sociedades, os autores que se propuseram a compreender o universo político intelectualmente esquadrinharam os meandros da política na esfera social de modo a elucidar seus contornos e reafirmações. Karina nos apresenta o nítido exemplo etnográfico dos funerais, colhidos em Sociedades de esquina, de Foote Whyte como uma destas tentativas; em que a presença dos políticos ou mafiosos ( leia-se o mesmo), atualizavam e reafirmavam os elos de aliança e lealdade - e o que é importante; de forma pública - no cenário político do então pequeno distrito político de Boston da primeira metade do século XX.
Whyte descreve, como diz a autora, de forma minimalista aquilo que é recorrente no universo das campanhas políticas; os comícios políticos. Este é a primazia ritual que em seu bojo agrupa discursos, hierarquias, sentimentos, vínculos pessoais e toda sorte de disputas e conteúdos que as candidaturas encerram. O voto também pode ser considerado um processo-ritual, uma prática exercida pelos agentes que estão do outro lado da relação, e é ele juntamente com os favores e serviços prestados à candidatos que revelam certa moral política que não se explica pela lógica financeira tão somente.
Palmeira e Heredita também estudam o fenômeno dos comícios-rituais em um contexto do Brasil interiorano, focalizando suas analises na produção sazonal de identidades, redes e hierarquias nas relações sociais decorrentes do período das eleições neste espaço. A política como ritual, ou os rituais políticos, é pensada como estratégias de agência dentro da organização social de comunidades onde se exerce, seja por “políticos”, seja por funcionários e eleitores, mas devemos notar – a