Antropologia politica
O texto organizado pela autora Karina Kuschimir, trás em sua bagagem alguns conceitos sobre antropologia política e alguns fatos que acontecem em época de eleição relacionados diretamente com a troca de favores com o intuído de beneficiar uns aos outros. A antropologia da política tem por objetivo entender como os atores sociais compreendem e experimentam a política, isto é, como interagem e atribuem significado aos objetos e as práticas relacionadas ao universo da política. Embora simples, essa é uma proposta complexa e que implica pelo menos dois pressupostos. O primeiro, de que a sociedade é heterogênea, formada por redes sociais, com múltiplas percepções da realidade. A segunda, de que a “política” ou o “mundo da política” não é um dado a priori, mas precisa ser investigado e definido a partir das formulações e comportamentos de pessoas e contextos particulares. Outro assunto muito interessante de ser debatido é a diferenciação que há entre antropologia política e antropologia da política. A autora afirma que a diferença que há entre ambas é que: na primeira, a palavra “política” corre o risco de ser entendida de forma adjetivada, enquanto na segunda é claramente compreendida como objeto de pesquisa. A política ganhou espaço no estudo etnográfico no contexto colonial anglo-africano, que objetivava-se entender a organização social de grupos e etnias sem a presença e um sistema político formal, isto é, sem Estado. Uma questão central para a antropologia africanista era a necessidade de se encontrar instrumentos teóricos capazes de lidar com o sistema de organização, manutenção e controle da força em sociedades tribais que não tinha presença de um Estado centralizado nos moldes europeus, com isso os antropólogos recusavam-se a classificar as sociedades primitivas pela negatividade, como se fossem sociedades “sem política” por não terem um Estado centralizado nos moldes ocidentais, preferindo buscar em outras dimensões de vida