ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA DO SER: Reflexões sobre os pensamentos de Sócrates e Heidegger Luiz Fernando Bandeira de Melo* Gilzane Silva Naves** Resumo Este artigo visa apresentar um estudo comparativo entre pensamentos de Sócrates e Heidegger a respeito do ser, para tanto serão destacados seus conceitos nos diálogos platônicos O Primeiro Alcebíades e Fedon e na obra Ser e Tempo. Estão consideradas observações de Benedito Nunes no texto Heidegger & Ser e Tempo, e de Rubens Garcia Nunes Sobrinho em Platão e a imortalidade: mito e argumentação no Fédon. Nas análises comparativas sobre o ser foi considerado Antonio Gomes Penna quanto à antropologia filosófica, que relata Kant distinguindo como fisiológica e pragmática a antropologia. Foi utilizado ainda os comentários feitos por Rodolfo Mondolfo em Sócrates e Thomas Ransom Giles em História do Existencialismo e da Fenomenologia. Enfim, este trabalho apresenta as concordâncias e discordâncias conceituais e filosóficas, das reflexões de Sócrates e Heidegger sobre o ser, que estão separadas cronológica e contextualmente por mais de dois mil anos. Palavras-Chave: Ser. Homem. Ontologia. Introdução A leitura da realidade varia quase sempre de acordo com o olhar do observador e neste trabalho será mostrado como Sócrates e Heidegger observam e refletem sobre o ser. A filosofia tem no ente sua principal fonte de reflexão desde Parmênides que buscava o sentido do ser no mundo. Esse pensamento é transformado em busca do conhecimento da verdade sobre o ser em Sócrates que de forma racional mostra um ser para a eternidade ao compará-lo com a alma. Lendo Heidegger observa-se que ele não critica nem Parmênides nem Sócrates por essa antecipação da sua definição de ser (de maneira hermenêutica e subjetiva da fenomenologia do próprio ser no mundo). O sentido do ser a partir de uma reflexão analítica é um caminho para encontrar a verdadeira ontologia do ser segundo o pensamento de Heidegger e em Sócrates encontra-se o ser racional que se