Antropologia Do Grupo Pau No C
Em todo o capitulo 3, “Campo Livre”, o autor faz uma analise histórica das discussões e dos acontecimentos relacionados a saúde publica que ocorreram no período da revolução francesa. Discussões estas, que deram início a toda estruturação do serviço publico de saúde a população, como também a organização da classe médica, a relação médico paciente, a responsabilidade na formação profissional médico, a organização do ensino da medicina....
Vale ressaltar que até então, não somente na França, mas também em muitos outros países da Europa (e ainda hoje em vários outros países pobres) o atendimento médico a população era prestado e organizado principalmente por instituições filantrópicas e religiosas, estando o atendimento ao doente ligado a ações de caridade. Até este momento, doença e miséria caminhavam lado a lado, dependendo das boas ações de religiosos e benevolentes.
Diante de todas as reformas políticas e sociais surgidas junto com a revolução, nasceu a necessidade da organização do atendimento ao doente, estando essa sobre a atribuição e responsabilidade do Estado. Ideologias políticas e técnicas médicas então começaram a se confluir, tendo a partir de agora o médico não apenas de intervir junto ao doente, mas também o de auxiliar no planejamento e administração da gestão dos processos ligados a saúde pública.
A partir da revolução francesa, se tornou atribuição do Estado à promoção e manutenção da saúde do cidadão, sendo o Estado responsável direto tanto pela estrutura física, como pela equipe de atendimento que começava a se construir. Primeiro pensou-se no atendimento do enfermo em sua casa, no seio de sua família, proposta que economizaria recursos e que trataria o doente com comodidade e atenção, porém este tipo de atendimento se esbarrou nas doenças infectocontagiosas e também naqueles doentes que não possuíam família. A solução foi a estruturação de uma rede hierarquizada de hospitais públicos, com repartições físicas e funcionais