Antropologia da filosofia
Você tem diante de seus olhos três textos: 1) O primeiro de Fiódor Dostoievski, grande romancista, filósofo e porque não antropólogo russodo século XIX, “OS IRMÃOS KARAMÁZOVI” de 1879;
2) O segundo de Karl Marx, filósofo, sociólogo, cientista humano também do século XIX, “IDEOLOGIA ALEMÔ de 1848;
3) O terceiro de Jean Paul Sartre, filósofo existencialista, onde podemos também encontrar uma antropologia filosófica, do século XX, “O EXISTENCIALISMO É UM HUMANISMO”, de 1946.
Você vai ler cada um, refletir sobre ele e responder às questões específicas de cada texto.
“O leitor imaginará talvez que o meu herói fosse um indivíduo doentio e extático, um pálido sonhador, macilento, atacado de tuberculose. Pelo contrário, Aliócha, que tinha então dezenove anos, era um jovem bem feito, de faces vermelhas, de olhar límpido, transbordante de saúde. Ele era mesmo bastante belo, de talhe esbelto, cabelos castanhos, rosto regular, embora um pouco alongados os olhos dum cinzento-escuro, brilhantes, rasgados, pensativo e parecendo bastante calmo. Dir-se-á talvez que faces vermelhas não impedem de ser fanático ou místico; Ora, parece-me que Aliócha era, mais que qualquer outra pessoa, realista. Oh! Bem decerto, no convento cria perfeitamente nos milagres, mas, na minha opinião, os milagres jamais perturbarão o realista. Não são eles que o levam a crer. Um verdadeiro realista, se ele é incrédulo, encontra sempre em si a força e faculdade de não crer mesmo no milagre e se este último se apresenta como um fato incontestável, duvidará de seus sentidos em vez mesmo de admitir o fato. Se o admitir, será como um fato natural, mas desconhecido dele até então. No realista, a fé não nasce do milagre, mas o milagre da fé. Se o realista adquire a fé, deve necessariamente, em virtude de seu realismo, admitir também o milagre. O apóstolo Tomé