Antropofagia
Mais que a revitalização de valores estéticos, Tarsila busca dar vazão a suas memórias e desejos. Se, na sua primeira pintura modernista, ela introduz elementos populares em chave cubista, visando a incorporar o nacional na arte, aqui ela traz o imaginário, o mítico, em criação livre de qualquer constrangimento."
MILLIET, Maria Alice; SANT'ANNA, Margarida. Tarsila na coleção Nemirovsky. São Paulo: Fundação José e Paulina Nemirovsky, 2009. (folder n.4)
"Na trajetória da artista, é relativamente freqüente encontrar alguns elementos figurativos que se repetem em diversas obras. Tarsila lança mão desse procedimento em Antropofagia, de 1928, ao retornar figuras de duas pinturas realizadas anteriormente: A Negra, de 1923, e Abaporu, de 1928, obra inspiradora da Antropofagia. Da tela A Negra, conservou o personagem central e a folha de palmeira; de Abaporu, manteve a figura da direita (espelhada), o solo verde, o cacto e o sol. Porém, Antropofagia é mais do que a simples somatória de achados anteriores: é um exercício da síntese proposta por Oswald no manifesto de 1924.
Mais esquemáticas do que nas pinturas