antologia poética
ANTOLOGIA POÉTICA
Rio de Janeiro, A Noite, 1954
Organizado pelo próprio autor, esse livro é a primeira Antologia da obra de Vinicius. Publicado em 1954, apesar da primeira edição não trazer a data, é reeditado de forma ampliada em 1960, pela Editora do Autor, de seus amigos Rubem Braga e Fernando Sabino. Na edição de 1954, é o mesmo Rubem Braga quem assina a orelha do livro.
A Antologia dava conta de um percurso de 21 anos de publicações, com livros então esgotados ou de tiragens limitadíssimas. Na apresentação da primeira edição, Vinicius dá a sua explicação para a reunião dos textos escolhidos pelo autor (por ele identificado como “A.”):
“Poderia este livro ser dividido em duas partes, correspondentes a dois períodos distintos na poesia do A.
A primeira, transcendental, frequentemente mística, resultante de sua fase cristã, termina com o poema "Ariana, a mulher", editado em 1936. Salvo, aqui e ali, umas pequenas emendas, a única alteração digna de nota nesta parte foi reduzir-se o poema "O cemitério da madrugada" às quatro estrofes iniciais, no que atendeu o A. a uma velha ideia de seu amigo Rodrigo M.F. de Andrade.
À segunda parte, que abre com o poema "O falso mendigo", o primeiro, ao que se lembra o A., escrito em oposição ao transcendentalismo anterior, pertencem algumas poesias do livro Novos poemas, também representado na outra fase, e os demais versos publicados posteriormente em livros, revistas e jornais. Nela estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos.
De permeio foram colocadas as Cinco elegias (1943), como representativas do período de transição entre aquelas duas tendências contraditórias, - livro também onde elas melhor se encontraram e fundiram em busca de uma sintaxe própria.
Não obstante certas disparidades,