Antiética Virtual
Os constantes avanços tecnológicos possibilitaram que o acesso às redes sociais seja feito a qualquer hora ou lugar e, como consequência, cresce assiduamente a exposição de opiniões e críticas através desse meio. Entretanto, os usuários acabam por desconsiderar a ética antes de dizerem o que pensam sobre determinados assuntos, executando assim, atitudes que violam direitos humanos.
No último mês, durante o período de eleições, presenciamos exemplos concretos dessa ausência de ética, principalmente referente aos cargos para governo do estado de São Paulo e presidência da republica através de declarações preconceituosas e xenofóbicas. Após a vitoria do governador Geraldo Alkmin, os internautas atribuíram aos paulistanos a “responsabilidade” pela estiagem no estado, alegando, por exemplo, que os mesmos não gostavam de tomar banho.
Porém, as declarações mais carregadas de preconceito e xenofobia foram contra o norte e nordeste do país, onde a candidata à reeleição da presidência, Dilma Rousseff, recebeu o maior número de votos. Os internautas não pouparam insultos, carregados de senso comum, ao alegarem que a população dessas regiões são intelectualmente desprovidas, que tem prazer pela baixa condição financeira, que tais regiões deveriam ser separadas das demais, entre outras diversas ofensas.
O que torna essa situação grave é o fato de preconceito e xenofobia serem crimes. Segundo a lei nº 7.716/89, serão punidos, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou precedência nacional, sendo inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. Ou seja, é claramente notável que a maioria dos autores desse tipo de critica desconhecem o nível de agravamento de suas declarações.
Contudo, a democracia nas redes sociais é facilmente confundida por seus usuários como liberdade total para dizer tudo àquilo que se pensa, encadeando em atos antiéticos ou criminosos, e para amenizar tal situação será necessário