Anticorpos monoclonais no tratamento dos linfomas – Julho de 2006 Dr. Carlos Chiattone Embora enorme avanço tenha ocorrido no tratamento do câncer, as diversas modalidades terapêuticas, especialmente a quimioterapia e a radioterapia, determinam efeitos colaterais ao atingirem, além das células cancerosas, as células normais do paciente. Novas modalidades terapêuticas têm como objetivo dirigir o tratamento mais especificamente às células doentes, poupando as normais. Este tipo de estratégia é chamada de terapia dirigida ao alvo. Entre os medicamentos com este perfil estão os anticorpos monoclonais, que são uma forma de imunoterapia. Neste caso imunoterapia passiva, pois os anticorpos são produzidos em laboratório e não pelo paciente. A idéia de usar anticorpos contra células neoplásicas já era aventada há mais de um século atrás, quando Paul Erlich imaginou que os anticorpos poderiam ser utilizados como um “projétil mágico” no tratamento do câncer. A ciência percorreu um longo caminho desde a idéia inicial de Erlich até a sua utilização na prática médica. Kohler e Milstein, ganhadores de premio Nobel, desenvolveram a técnica de hibridoma que permite a produção de anticorpos específicos. Os anticorpos monoclonais podem ser produzidos para reagir com antígenos específicos em certos tipos de células cancerosas. À medida que se conhece melhor antígenos associados a células neoplásicas, pode-se desenvolver anticorpos monoclonais para diferentes tipos de câncer. Como as células dos linfomas são bem conhecidas, foram as primeiras a serem estudas para este tipo de tratamento. Os primeiros anticorpos monoclonais aprovados pelo FDA, nos EUA, para tratamento de câncer, foram: rituximabe para linfomas não-Hodgkin de célula
B (em 1997), transtuzumabe para câncer de mama (em 1998), gentuzumabe para leucemia mielóide aguda (em 2000) e alemtuzumabe para leucemia linfóide crônica
(em 2001). Os anticorpos