Antagonismo da Felicidade e a Força
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O Antagonismo da Felicidade e a Força A felicidade, de todas as coisas do mundo, é a única ilusão absoluta. De todas as ilusões é a única que acompanha o nascimento e se disfarça com o manto sagrado no momento da morte. Aliás, antes mesmo de nascermos procuramos a felicidade, pois competimos, com toda disposição, pela nossa vaguinha dentro de um óvulo, não é mesmo? Aprendemos desde cedo que para alcançar a felicidade devemos consumir, e para consumir devemos competir e sermos vencedores. Mas só não aprendemos uma coisa: como vencer. Lembro-me perfeitamente da minha infância, quando olhava para o mundo e não tinha medo de sorrir, gritar, sonhar e me iludir, pois nessa época a realidade ainda não era algo que me importava; hoje as coisas passam mais de pressa, o tempo nos revela algumas verdades que até seria melhor que não soubéssemos. E essas verdades acabam por nos revelar a realidade, que consome a alma, destruindo todos os sorrisos, sonhos e ilusões, que outrora me faziam vencer. Competir é algo tão natural no dia-a-dia, que mal percebemos que competimos logo no começo do dia. Estamos logo procurando pela melhor vaga no estacionamento, pela melhor posição na sala de aula, pela melhor mesa no trabalho, enfim queremos sempre ser o primeiro. Vivemos uma época de incessantes competições. Hoje o consumo é a forma mais prática de competição. Consumimos para sermos, e somos para sermos felizes, ou ainda, para nos iludirmos melhor. Olho para trás e vejo o quão belos eram os dias, os quais vivia sem precisar ser melhor que alguém. Agora tudo é tão pesado e distorcido quanto a realidade, e a loucura é uma virtude louvável aos olhos da "geração-consumo-competição". Buscar a felicidade é algo tão difícil quanto vencer. A insanidade sufoca a razão, fazendo com que os fortes nunca vençam, mas suportem a realidade; já os fracos, estes sim são felizes, vencem por não suportar o peso da realidade.