Ansiedade
TIMIDEZ E ANSIEDADE SOCIAL: MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA EM SITUAÇÕES SOCIAIS
“Detesto ir a sítios onde sei que vou ter que falar com outras pessoas. Só consigo pensar que vou acabar por dizer ou fazer alguma coisa estúpida, e que as pessoas vão achar que sou esquisito. Geralmente começo a tremer e a transpirar, fico vermelho, a minha garganta seca e, quando tento falar, só me saem uns guinchos agudos e descontrolados...É horrível! Por causa disto, acabo por me fechar em casa e, quando tenho mesmo que «socializar», colo-me à pessoa que conheço melhor e sigo-a para todo o lado...”
O que é a ansiedade social?
A maior parte das pessoas sente-se ansiosa em uma ou outra situação social (por exemplo, quando se vai efectuar a apresentação de um trabalho perante o resto da turma). No entanto, esta ansiedade é pontual e temporária, já que a pessoa faz a tal apresentação e segue com a sua vida. Mesmo uma pessoa que se considere tímida sente uma ansiedade relativamente pequena em muitas das situações em que tem mais dificuldade, e esta ansiedade não é suficientemente intensa para que evite sistematicamente essas situações. Por outro lado, existem pessoas que sentem uma ansiedade extrema num ou mais tipos de situação social, e esta prejudica de uma forma evidente o seu funcionamento, quer porque passa a evitar essas situações, quer porque as suporta, mas com grande sofrimento e desgaste pessoal. Nestes casos, considera-se que a pessoa sofre de uma perturbação de ansiedade social. Por outras palavras, a diferença entre a timidez e a ansiedade social é semelhante à diferença entre a
GAPsi – FCUL
tristeza e a depressão – todas as pessoas se sentem tristes de vez em quando, mas nem todas ficam deprimidas. A perturbação de ansiedade social aparece, geralmente, pelo meio da adolescência, emergindo por vezes de uma infância marcada pela timidez e prolongando-se, em muitos casos, por toda a vida. Os estudos apontam para que seja mais frequente nas mulheres