Anos de ouro
O período conhecido como “30 anos gloriosos do capitalismo” - fim da segunda guerra até início dos anos 1970 – garantiu ao capital, segundo Mandel (1990), alguns anos de expansão. As políticas econômicas fundamentadas nas teorias de John Maynard Keynes, além dos avanços na estrutura produtiva (fordismo/taylorismo), contribuíram para um avanço significativo no processo de acumulação capitalista. Denominado por Mandel de “onda longa expansiva”, esse período permitiu um alto nível de concentração e centralização do capital. Durante três décadas o capital gozou de intensa reprodução. Nas palavras do autor:
“Essa expansão (boom do pós-guerra) tinha dado um impulso poderoso a um novo avanço das forças produtivas, a uma nova revolução tecnológica. Propiciou um novo salto para a concentração de capitais e a internacionalização da produção, as forças produtivas ultrapassando cada vez mais os limites do Estado burguês nacional (tendência que começou a se manifestar desde o início do século, mas que se amplificou consideravelmente desde 1948)”. (MANDEL, 1990, p. 11-12).
O padrão de acumulação fordista/taylorisa racionalizou a produção, aumentando os lucros (ANTUNES, 2002). A terceira revolução tecnológica, resultado da alta concentração de capitais e de pesados investimentos no setor de P&D, reestruturou a produção e aumentou o nível de automação do trabalho. Os ramos da produção que primeiro adquiriram essas novas técnicas usufruíram lucros exorbitantes, os chamados “superlucros” (MANDEL, 1990).
A exploração sobre o trabalho somado ao incremento de novas técnicas aumentou a extração da mais-valia relativa. Esta sofreu um salto quantitativo nesse período, principalmente em alguns Estados europeus como Inglaterra, RDA, Benelux, França, entre outros, além é claro, os EUA. O resultado dessa reestruturação produtiva salta aos olhos sobre a forma do Well fare-state (MANDEL, 1990, p. 27).
O Estado de bem-estar social promoveu a redução