Anos de chumbo
Ficou conhecido na história brasileira como “anos de chumbo” o período em que esteve no poder o general Emílio Garrastazu Medici, o terceiro presidente eleito indiretamente desde o Golpe Militar de 1964, e membro da chamada “linha dura” das Forças Armadas, favorável a um aumento dos métodos repressivos e antidemocráticos.
Eleito pela Junta Militar que governava o país, devido à morte do antecessor Costa e Silva, Medici teve a vantagem de assumir o país no auge do chamado “Milagre Econômico“, um breve período onde os produtos comercializados pelo Brasil valorizaram-se, fazendo com que o Produto Interno Bruto do país crescesse a até dois dígitos, um feito só conseguido pela China atualmente. Assim, boa parte de seu mandato caracterizou-se pela estabilidade econômica, o que ajudou o governo no seu esforço de alienação do conjunto da população alheia à repressão e tortura conduzida nos “porões” da ditadura.
Em meio a todo o verniz de prosperidade que o regime fazia questão de propagar, vendendo uma imagem de Brasil forte e progressista, estava em curso o governo que é considerado o mais duro e repressivo de todo o ciclo do Regime Militar, onde a repressão à oposição armada cresce como nunca, a censura a todos os meios de comunicação é posta em prática, atingindo jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de expressão artística, sendo que nesse processo muitos veículos não terão mais como funcionar regularmente, muitas obras, especialmente filmes, peças de teatro e livros levarão décadas para serem mostrados sem cortes em território nacional. Consequentemente, a censura de todos esses meios de comunicação acarretará a investigação, prisão, e muitas vezes tortura ou até mesmo exílio forçado de inúmeros professores, políticos, músicos, artistas e escritores.
Ganha força nesse período a guerrilha rural, estratégia montada pelo dissidente PC do B (ala que optou pela separação do tradicional PCB e, ao contrário deste,