Anos 1990: A modernização conservadora
Prof. Gilberto Ribeiro de Castro- organizador do texto
INTRODUÇÃO - SOBRE O “CONSENSO DE WASHINGTON”
O governo Reagan dos EUA e as agências de desenvolvimento norte-americanas passaram a recomendar aos países latino-americanos, desde o início da década de 1980, a adoção de políticas neoliberais para fazer frente ao endividamento externo e à crise econômica em que estavam mergulhados.
O primeiro país a adotar o novo ideário foi o Chile, a partir de 1982.
Em novembro de 1989, o Institute for International Economics (IIE) realizou na capital dos EUA, um encontro informal, de caráter acadêmico, para avaliar as reformas em curso em vários países latino-americanos.
Participaram da reunião funcionários do governo norte-americano, do FMI, do Banco Mundial e do BID.
A análise da situação econômica dos países latino-americanos e das propostas de sua superação centrou-se no documento apresentado pelo economista John Williamson.
As conclusões desta reunião passaram a ser denominadas “Consenso de Washington”.
A agenda da avaliação procedida compreendia dez áreas principais (decálogo de medidas liberalizantes):
1. disciplina fiscal: altos e contínuos déficits fiscais contribuem para a inflação e fugas de capitais;
2. priorização dos gastos públicos: assegurar superávits primários cortando gastos e elevar o produto, a renda e as receitas geradas pelo governo.
3. reforma tributária: (aumentar a receita cobrando mais impostos da população). A base de arrecadação deve ser ampla e as taxas moderadas.
4. liberalização financeira: os mercados financeiros domésticos devem determinar as taxas de juros de um país. Taxas de juros reais e competitivas desfavorecem fugas de capitais e aumentam a poupança local.
5. regime cambial: países em desenvolvimento devem adotar uma taxa de câmbio competitiva que favoreça as exportações tornado-as mais baratas no exterior;
6. liberalização