Anorexia e bulimia
A Anorexia nervosa acontece acomete principalmente adolescentes e adultos jovens do sexo feminino ocasionando grandes prejuízos biopsicossociais, com aumento de morbidade e mortalidade.
A anorexia nervosa caracteriza-se por perda intensa de peso devido à restrição alimentar exagerada na busca desenfreada da magreza, distorção da imagem corporal e alterações do ciclo menstrual.
O termo anorexia não é o mais adequado psicopatologicamente, pois a real perda do apetite não ocorre pelo menos nos estágios iniciais da doença. A negação de apetite e o controle obsessivo do corpo tornam o termo alemão Pubertatsmagersucht, isso é “busca da magreza por adolescentes”, o mais adequado.
1.1 Histórico
Habermas (1986) descreveu um caso sugestivo de anorexia nervosa em uma serva que viveu no ano de 895 chamada Friderada, que após um ter se recuperado de doença indefinida, passou a ter apetite voraz. Para tentar diminuí-lo, buscou refugio em um convento. Restringiu sua dieta e passou a efetuar longos jejuns, e o quadro foi rapidamente evoluindo até a morte por desnutrição.
No século XIII, encontramos descrições de mulheres que jejuavam de forma exagerada para se aproximar espiritualmente de Deus, as “santas anoréxicas”. Outros comemorativos eram perfeccionismo, autossuficiência, rigidez no comportamento, insatisfação consigo própria e distorções cognitivas, tal qual as anoréxicas de hoje. Um dos casos mais conhecidos é o de Catarina Benincasa, mais tarde Santa Catarina de Siena.
No ano de 1694, Richard Morton é o autor do primeiro relato médico de anorexia nervosa descrevendo o tratamento de uma jovem mulher com intensa restrição alimentar e amenorreia, que recusou qualquer ajuda e morreu de inanição.
Na segunda metade do século XIX, a anorexia nervosa emerge como entidade independente descrita pelo francês Charles Laségue como anorexie Histérique. No ano seguinte, William Gull relata três meninas com anorexia restritiva, com o nome de apepsia