anorexia e bulimia

a) As principais características do adolescente e suas relações familiares:

A adolescência aparece – em geral e no caso de Maria – como uma fase onde o indivíduo se encontra frágil e vulnerável psiquicamente. Além disso, é um momento de construção subjetiva onde ocorre uma (re) significação da identidade. É uma fase onde as experiências psíquicas são vividas de forma bastante intensa, o que pode favorecer o padecimento do sujeito – como o aparecimento de transtornos alimentares como a anorexia.
A sociedade contemporânea, caracterizada pela espetacularização e pela performance, age sobre o indivíduo a partir da imposição de ideais de perfeição, onde a pessoa deve ser completa em meio à superficialidade dos vínculos existentes.
A adolescência é, nesse sentido, “o produto da interação de complexos fatores demandando, assim, uma verdadeira e singular exigência de trabalho psíquico”.

Maria, adolescente de 16 anos;
Pesa atualmente 32 kg – recusa alimentação;
Amenorreica;
Caçula de quatro filhos (duas irmãs – que já haviam tido transtornos alimentares – e um irmão);
Pai – João – abriu uma rede de restaurantes em supermercados;
Membros da família – desânimo e desejo que o processo (psicoterapêutico) se encerrasse rapidamente; Possível proximidade do filho com a mãe; Papel ativo de Maria no confronto com o pai; Início do emagrecimento há dois anos (aos 14 anos) – se achava a pessoa mais feia do mundo, gorda; Maria acha que o que desencadeou a anorexia foi a saída de sua única amiga do colégio; Antes alegre. Seis meses antes do emagrecimento – isolada e irritável; Irmão teve problemas com drogas na mesma época; Maria era obrigada a ir às consultas psiquiátricas – preocupação dos pais; Maria se via saudável mesmo em processo de emagrecimento; Anseio pelo controle – sentia falta de liberdade, já que era obrigada a ir nas consultas – odiava os pais nessa época; Estava magra e se via gorda – se dizia bem, saudável e animada; Permaneceu