Anomia
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No seu livro “Anomia”, Marilucia Melo Meireles, coloca a psicanálise diante de uma crise existencial quando confrontada com as transformações emergentes de uma sociedade em plena mutação. Estas mudanças estão relacionadas a fatores sociais, políticos, religiosos, econômicos e tecnológicos, e podem influir no comportamento das pessoas no espaço da família, da escola ou de outros grupos de convívio. A autora busca amparo literário nas obras de Durkheim, que caracteriza de ANOMIA os efeitos das grandes transformações sociais.
Diante deste contexto, a autora faz um paralelismo entre as constantes mudanças estruturais no seio da sociedade com a atual forma de se pensar a psicanálise, inferindo que o surgimento deste novo perfil social requer do analista novas formas de entendimento e aprimoramento de seus conhecimentos, para poder compreender este novo ser que está em busca de respostas e, porque não dizer, de si mesmo.
A crise da psicanálise é incluída no contexto das sociedades contemporâneas em que a falência dos valores e autoridades é uma constante. Esses fenômenos são examinados por meio do conceito de anomia, desenvolvido por Durkheim. Uma sociedade “anomana” é uma sociedade que se encontra em um estado em que seus padrões normativos de conduta e crença estão enfraquecidos ou desaparecidos. Uma sociedade sem regras claras (ou seja, “em estado de anomia”), sem valores e sem limites, leva o ser humano ao desespero. Pode parecer uma visão um tanto conservadora do mundo, mas Durkheim partia do princípio de que o ser humano precisa, sobretudo, sentir-se protegido, amparado, seguro.
Segundo a autora, a questão chave é descobrir qual a relação entre o conceito/definição de anomia e a própria ausência de lei, compreendida dentro do contexto psicanalítico, e por quais interações perpassaria esse encontro. Para Marilucia, é impossível estabelecer uma definição única de