anjos
A partir daí começa um show de horrores digno do Marquês de Sade. Depois de ser "comprada", Maria é leiloada junto com outras meninas virgens. Para piorar, acaba sendo enviada um prostíbulo localizado perto de um garimpo, na floresta amazônica.
Embora seja apenas uma criança, ela passa meses sofrendo um abuso atrás do outro. O desespero começa a tomar conta de Maria. Resta tentar fugir com ajuda de suas colegas de cativeiro Inês (Bianca Comparato) e Celeste (Mary Sheila). O problema é que o atento dono do bordel Saraiva (Antônio Calloni) não está a fim de perder nenhuma peça de seu plantel.
Apesar da severa vigilância, Maria consegue fugir e cruzar o Brasil graças a inúmeras caronas de caminhão. Claro que nenhuma dessas viagens sai de graça. Depois de algum tempo, ela chega no Rio de Janeiro e pede ajuda a única pessoa que conhece na cidade maravilhosa, uma mulher chamada Vera (Darlene Glória). E, de novo, prostituição aparece na vida de Maria.
Apesar, dos elogios feitos às meninas de Anjos do Sol, quem rouba mesmo o filme é Antônio Calloni. Seu personagem, é vilão cruel, com momentos de caridade, o que evita que ele se torne uma figura caricata.
Para que Anjos do Sol se tornasse mais palatável faltou um pouco de lirismo. O filme segue na linha de quase documentário, narrado com mão de ferro. Ao que tudo indica, Rudi Lagemann, assim como a defesa do Grêmio, parece pouco afeito a sutilezas.
J.