aniversáriios
"A sociedade brasileira mudou em termos demográficos e na composição plural das relações familiares. Os diferenciais de gênero e de geração são fundamentais para se compreender a complexidade e a diversidade das relações familiares do Brasil contemporâneo", afirmam o/a pesquisador/a.
Indagados a respeito das principais conclusões a que chegaram em relação à família brasileira no estudo recente que realizaram com base no censo de 2010, José Eustáquio Diniz Alves e Suzana Cavenaghi, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, dizem que a primeira grande mudança foi a redução do arranjo majoritário formado por casais (núcleo duplo) com filhos. “Em números aproximados, este tipo de família estava presente em cerca de dois terços (66%) dos domicílios, em 1980, mas caiu para algo próximo de 50% em 2010. Isso aconteceu porque os pais, tendo menor número de filhos e maior esperança de vida, vivem mais tempo na fase do ‘ninho vazio’, pois os filhos tendem a sair da casa de seus progenitores para formar uma nova família, para morar sozinhos ou para formar arranjos domiciliares com pessoas não parentes”, frisam.
Para eles, o casamento é praticamente um evento universal no Brasil, mas somente se considerarmos todos os tipos de matrimônio. “Em 1970, 65% dos casamentos aconteciam no civil e no religioso, 14% somente no civil, 14% só no religioso e 7% eram uniões consensuais. Em 2010, o casamento no civil e religioso caiu para 43%, só no civil aumentou para 17%, só no religioso caiu para 3% e as uniões consensuais subiram para 37%”.
José Eustáquio Diniz Alves é doutor em Demografia e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Suzana Cavenaghi é doutora em Demografia e professora da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. Os entrevistados esclarecem que nesta