Angiogênese
Fenômeno que vem sendo estudado já há algum tempo, pode ser definido como sendo o processo pelo qual células tumorais interagem diretamente com as células endoteliais, para produzir vasos sangüíneos maduros (Woodhouse, EC et al, 1997). No entanto, não podemos esquecer que a angiogênese ocorre em diversas oportunidades fisiológicas como nos precessos cicatriciais, na placenta, no embrião.
Judah Folkman, em 1971, em trabalho clássico, publicou a hipótese de que o crescimento tumoral é angiogênese-dependente; cada incremento no volume tumoral, requer um incremento no desenvolvimento dos vasos sangüíneos. Os tumores poderiam atingir o tamanho de 2-3 milímetros sem a necessidade da neovascularização, recebendo os nutrientes por difusão. A partir dessas medidas a formação de novos vasos sangüíneos seria imperativa para a continuidade do crescimento tumoral, caso isso não acontecesse, a neoplasia permaneceria numa forma latente. Esta teoria é aceita até os dias atuais, quando se acredita que a indução da angiogênese ocorre, inclusive, numa fase tão precoce quanto no tamanho tumoral de 1-2 milímetros (Fidler, IJ & Ellis, LM, 1994) ou até, quando o tumor tem de 60 a 80 células (Li, CY et al, 2000).
Tumores privados de angiogênese permanecem em estado de latência indefinidamente, embora ainda viáveis, pois quando conseguem suprimento vascular, apresentam rápido crescimento (Brem, S, 1999; Folkman, J, 1971). Também a angiogênese correlaciona-se intimamente com a transformação de uma lesão pré-maligna em uma maligna. Vários podem ser os fatores determinantes para que ocorra essa mudança de fenótipo, mas a angiogênese é o denominador comum.
Quando formulou sua teoria, Folkman acreditava na existência de um mediador da neoformação vascular, o TAF (Tumor Angiogenesis Factor). Seria um fator que, secretado pelas células malignas, estimularia a mitogênese e a rápida formação de novos capilares. Atualmente, aceita-se a existência de vários moduladores,