Angela de Castro Gomes – A invenção do trabalhismo – Capítulo II – O Anarquismo: outra sociedade, outra cidadania.

2419 palavras 10 páginas
Angela de Castro Gomes – A invenção do trabalhismo – Capítulo II – O Anarquismo: outra sociedade, outra cidadania.
1. Em cena, os anarquistas A literatura que trata do movimento operário no Brasil, consagra o I Congresso Operário realizado no Rio de Janeiro em Abril de 1906 como marco da ascensão do anarquismo entre os trabalhadores. Tal congresso não é situado como acontecimento chave porque suas resoluções configuraram a vitória de pontos do ideário anarquistas. A data significa um ressurgimento de ações de organização e reinvindicação entre os trabalhadores do Rio de Janeiro e São Paulo. O anarquismo era uma nova força que despontava no movimento operário. Entre 1906 e 1919 foram os anarquistas que deram o tom do movimento operário. A importância dos anarquistas é ponto pacífico na literatura. Há uma consagração entre duas visões sobre os anarquistas: a primeira é o anarquismo como grande e praticamente única força organizadora do movimento operário na Primeira República. Segundo essa perspectiva, foram os anarquistas que detiveram o monopólio de uma proposta revolucionária de ação coletiva para a classe trabalhadora, segundo como liderança heroica pura e verdadeira. Praticamente tudo o que não era anarquista não prestava. A segunda visão dos anarquistas – alimentada e compartilhada por textos de memórias de militantes comunistas -, reconhece o papel fundamental dos anarquistas, mas chama a atenção para as limitações ideológicas. O ponto destacado é a pauta economicista que dominaria o anarquismo e seria responsável pelo abandono da luta política pelo poder. Dessa forma, a teoria anarquista estaria comprometida, já que em defesa dos direitos econômicos dos trabalhadores, ocorre um bloqueio na atuação política. Segundo o autor, dessa forma os anarquistas se aproximariam do que ele chama de “amarelos”, que são os que estavam ligados aos interesses do patronato. Os anarquistas por negarem a dimensão política, afastariam o operariado do esforço da construção

Relacionados

  • Quando canto é reza: lazer e greve na formação da classe trabalhadora da gávea
    24925 palavras | 100 páginas
  • COMUNISMO
    40476 palavras | 162 páginas
  • Hist ria do direito brasileiro v2 C pia
    87303 palavras | 350 páginas
  • ODireitodoTrabalhonoBrasil19401942
    170121 palavras | 681 páginas
  • Fortaleza na 1ª república
    124860 palavras | 500 páginas
  • apostila concurso
    416289 palavras | 1666 páginas
  • republica
    69261 palavras | 278 páginas
  • Cidadania no Brasil- O longo Caminho
    62665 palavras | 251 páginas
  • Sociologia Para Jovens Do S Culo XXI Hellip
    244837 palavras | 980 páginas
  • VAINFAS Ronaldo CARDOSO Ciro
    153387 palavras | 614 páginas