anatomia
Observando como a "modernidade" apresenta o corpo humano, faz-se necessário refletir sobre esta corporeidade a partir da influência filosófica greco-romana, a transição do mundo helênico-cristão - abordagens da modernidade como gênese da visão emancipada da corporeidade hoje. A percepção do corpo subjetivo que temos hoje, em pleno terceiro milênio, possui como gênese duas vertentes que perpassam a concepção de ser humano: a abordagem idealista e a tendência materia-lista. Neste ensaio, tentaremos refletir sobre a construção e evolução desta corporeidade, contextualizando-a no mundo globalizado onde o corpo passa a ser "produto mecanizado e mercadológico". Este breve estudo nos auxiliará na compreensão histórica forjada na civilização ocidental, percebendo-se na "modernidade", uma perda de identidade diante das possibilidades tecnológicas e da alienação humana.
Palavras-chave: "Physis", Corporeidade humana, Plato-nismo, "Dualismo psicofísico", Filosofia. Inaugurada pelos gregos, temos a concepção do "microcosmos" emancipando-se para o "macrocosmos" a natureza condicionando e influenciando a visão do corpo.
Platão (428-347 a.C.) reflete o mundo das idéias do qual a alma se originou e se encarcerou num corpo que é o mundo real, apresentando o corpo como uma dimensão inferior, limitado, contraposto à alma (perfeita, eterna e imutável), lançando os pressupostos para a teologia cristã. Assim sendo, as atividades relacionadas ao intelecto eram consideradas nobres, reservadas à aristocracia, fomentando o chamado "ócio prestigioso" e, relegando às classes inferiores, os trabalhos braçais.
Já Aristóteles (384-322 a.C.) afirma que a alma tem a forma do corpo (hilemorfismo), e influencia o empirismo ao admitir que o corpo ("physis") interage perfeitamente com este mundo a partir de suas percepções sensoriais: os sentidos, a intuição e a consciência ("psiquê"). Ambos influenciarão a visão de mundo e concepção de "Homem Moderno" ainda que o mesmo seja