Anarquismo e Social-Democracia
Literalmente “sem poder”, é o movimento político que defende uma organização social baseada em consensos e na cooperação de indivíduos livres e autônomos, mas onde à partida sejam abolidas entre eles todas as formas de poder. A Anarquia seria uma sociedade sem poder, dado que os indivíduos de uma dada sociedade, se auto-organizariam de tal forma que garantiriam que todos teriam em todas as circunstâncias a mesma capacidade de decisão. Resumindo, os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade total, porém responsável.
As origens do anarquismo se encontram diretamente na concepção individualista dos direitos naturais defendida por John Locke. A sociedade para ele era o resultado de um contrato voluntário acordado entre indivíduos iguais em direito e em deveres. Mas, foi só a partir do final do século XVIII que o anarquismo se veio a estruturar como uma corrente política autônoma, com seguidores em toda a parte do mundo. Entre os seus teóricos contam-se pensadores tão diversos como William Godwin (1773-1836), P.J.Proudhon (1809-1865), Bakunine (1814-1870), Kropotkin (1842-1921) ou o português Silva Mendes.
A intervenção política dos anarquistas, pouco inclinados à constituição de grandes organizações, embora muito dispersa tenha historicamente, tem-se centrado na defesa de seis idéias fundamentais:
1. Direitos Fundamentais dos Indivíduos. Os anarquistas, como os liberais foram os primeiros retirar das idéias de John Locke profundas implicações políticas. Em primeiro lugar a idéia da primazia do indivíduo face à sociedade. Em segundo, a idéia de que todo o indivíduo é único e possui um conjunto de direitos naturais que não podem ser posto em causa por nenhum tipo de sociedade que exista ou venha a ser criada.
2. Ação Direta. Recusando por princípio o sistema de representação, os anarquistas afirmam o valor da ação direta do indivíduo na realidade social. Este conceito foi interpretado no final do século XIX/princípios do século XX, por