Anarquia, estado e utopia
Robert N ozick
.l\narquia, Estado e Utopia
Tradução: Ruy Jungmann
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Jorge Zahar Editor
Rio do Janeiro
A Justiça Distributié'a
171
capítulo 7
I
A JUSTIÇA DISTRIBUTIVA
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Estado mínimo é o mais extenso que se pode justificar. Qualquer outro mais amplo viola direitos da pessoa. Ainda assim muitas delas upresentaram razões que alegadamente justificam o Estado mais amplo. É impossível, dentro dos limites deste livro, examinar todas as que foram formuladas. Por isso mesmo concentrar-me-ei nas que são em geral reconhecidas como as mais ponderáveis e influentes, a fim de verificar exatamente no que elas fracassam. Neste capítulo estudaremos a alegação de que o Estado mais amplo se justifica, porque é necessário (ou é o melhor instrumento) para se conseguir justiça distributiva. No capítulo seguinte analisaremos várias outras alegações. A expressão "justiça distributiva" não é neutra. Ouvindo a palavra "distribuição", a maioria das pessoas supõe que alguma coisa ou mecanismo utiliza algum princípio ou critério para parcelar um suprimento de coisas. Nesse processo de distribuir parc.:las - ou quinhões -.' algum erro deve ter-se insinuado. De modo que é pelo menos uma questão tão aberta se a redistribuição deve ocorrer, se devemos fazer mais uma vez ú que já foi feito, embora mediocrernente. Contudo não estamos na situação de crianças que receberam f:ltias de bolo das mãos de alguém que, nesse momento, faz ajustes de última hora para corrigir o corte desigual da guloseima. Não há distribuição central, nenhuma pessoa ou grupo que tenha o direito de controíar todos os recursos, decidindo em conjunto como devem ser repartidos. O que cada pessoa ganha recebe de outros. que o dão em troca de alguma coisa ou como presente. Na sociedade livre pessoas diferentes podem