Analogia Tempos Modernos
O filme começa com dois momentos marcantes: uma grande imagem de um relógio e a comparação entre um rebanho de ovelhas e a saída de um metrô na cidade. O relógio pode-se associar logo à frase de que “tempo é dinheiro” e a comparação entre o rebanho e uma cidade é uma cena que ainda ocorre muito, principalmente nos grandes centros urbanos onde vemos ônibus como verdadeiras latas de sardinha e metrôs lotados.
Aparece então o protagonista da história numa indústria onde os funcionários têm atividades repetitivas, basicamente robôs humanos, automatizados. O que logo nos remete ao Taylorismo e ao Fordismo, que são concepções de produção que visavam uma maximização da mercadoria e do lucro, e têm como características aumentar a produtividade, corte de gastos e comportamentos supérfluos e não desperdiçar o tempo, cabendo aos diretores e gerentes organizar e fiscalizar os trabalhadores o máximo possível, inclusive em algumas cenas mostra-se o gerente observando seus funcionários por câmeras, a especialização em apenas uma etapa do processo de produção e tendo as máquinas (e aqueles que as gerenciam) ditando o ritmo do trabalho, porém o filme tem também uma característica especialmente fordista que é a superprodução, a produção em massa.
Cenas como esta ainda existem, não são poucos os relatos de trabalhadores que se sentem esgotados e tratados com formas de domesticação, sendo reduzidos à obediência. Quanto à questão do tempo, hoje em dia ainda existem máquinas, porém estas estão substituindo a mão de obra, o que acaba por gerar menos empregos. E os sistemas de produção deixaram vestígios, como o fato de o trabalhador de uma indústria não conhecer todo o processo de produção de determinado objeto (como um veículo, por exemplo) e acabando sabendo apenas a sua parte em todo o sistema. No filme não sabemos o que está sendo montado e do que é a fábrica, vemos apenas peças, parte da produção.