Analise
Para retratar todo o meio da sociedade portuguesa, o autor se serve de um grande recurso de estilo: a descrição e a abundância de detalhes. Isso nos dá a impressão que a história não anda, que os fatos se arrastam, que nada acontece com os personagens
É o lado minucioso do autor a falar mais alto. Como exemplo, temos a passagem de O Primo Basílio, quando Eça descreve o quarto do Conselheiro Acácio. Os detalhes servem para explicar o personagem no ambiente em que vive.
O péssimo gosto do Conselheiro para decorar vai de encontro à pintura clássica e ao piano de cauda. Crítica ao falso intelectual e à mistura das cores amarelo, roxo e marrom nos objetos de decoração. Essa riqueza de detalhes nos parece que o autor queria mostrar a relação entre aspectos físicos e psicológicos dos personagens.
O escritor de dramalhões, Ernestinho, com sua comicidade, nos lembra a Literatura que Eça produziu. Ironicamente, o autor critica o ridículo da arte romântica através da debilidade física do personagem. Lembra-nos, também, o grande caricaturista e autor satírico que foi. São engraçadíssimos personagens como o Conselheiro Acácio, Ernestinho, dona Felicidade. A caricatura dos personagens aparece para expor os erros e defeitos deles, seus costumes e os da sociedade. Todo o seu sarcasmo e seu ímpeto revolucionário desaparecem, mais tarde, no livro As Cidades e as Serras, quando o autor passa a ter uma visão mais humanizada e compreensiva do ser humano. Seu estilo, então, ganha em colorido e beleza.
O livro O Primo Basílio é um romance de tese, de influência do meio social sobre o indivíduo. O autor descrevia o espaço físico e a sociedade e depois mostrava como o personagem reagia a eles.
É uma análise bem feita sobre o casamento e o comportamento burguês. Com a grande influência de Madame Bovary, do autor Gustave Flaubert, Eça de Queirós constrói a personagem Luísa, tendo como cópia Emma Bovary: frágil, sonhadora, romântica.
Como crítico da