analise do poema brasil
brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani de mata virgem
-Sois cristão?
-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
-Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o carnaval.
Tentaremos comprovar aqui a ruptura entre o romantismo e o modernismo a partir da analise do poema Brasil, no qual temos logo nos dois versos iniciais a utilização de palavras como, “caravela”, “guarani” e “mata virgem”, palavras essas que nos remetem diretamente ao período de “descobrimento” do Brasil, sendo que, podemos associar esse retorno a tal fato histórico, como sendo motivado pela própria vontade do poeta modernista de iniciar algo novo, daí talvez o fato deste se reportar as origens de nossa formação territorial. Ainda sobre os vocábulos, como podemos observar, estes nos remetem a um mesmo campo semântico, logo, podemos então inferir que o eu lírico utiliza-se da expressão “Zé Pereira” para referir-se num primeiro momento de maneira depreciativa aos portugueses, como “falastrões”, (pois tal expressão era utilizada para referir-se ao foliões que brincavam o carnaval no séc.XIX, percorrendo as ruas e fazendo barulho com enormes tambores, sendo que essa algazarra era bastante atípica para aquela época) ou, ao mesmo tempo podemos supor que o termo sirva apenas como uma referência à Portugal, pois, segundo alguns estudiosos o termo “Zé Pereira” era visto como apelido, dado ao cidadão português, José Nogueira de Azevedo Paredes, supostamente o introdutor no Brasil do hábito português de animar a folia carnavalesca ao som dos bumbos, zabumbas e tambores tocados pelas ruas. Temos ainda a utilização de palavras como “preguntou” e “pro”, talvez para tentar recriar um contexto de conversação ou para de certa forma valorizar o falar nativo, ou talvez os dois.
Ao criar todo