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A HISTÓRIA DA LITERATURA NA BERLINDA: O CASO JORGE AMADO
Idmar Boaventura Moreira*
RESUMO — A historiografia literária tradicional, formada a partir de modelos positivistas e teleológicos, julgou, selecionou e rotulou autores e obras, a partir de critérios muitas vezes questionáveis. Porém, a partir do surgimento, na década de 1970, da estética da recepção, os velhos modelos passam a ser questionados, e se desenvolvem novas formas de compreensão do fenômeno literário, que levam em conta aspectos antes desconsiderados, e que buscam resgatar o lugar do leitor e do contexto histórico na apreciação da obra de arte. Analisamos a apreciação que quatro de nossas mais conhecidas obras de historiografia literária – A literatura no Brasil (AFRÂNIO COUTINHO), A história concisa da literatura brasileira (ALFREDO BOSI), A história da literatura brasileira (MASSAUD MOISÉS) e A literatura brasileira: origens e unidade, de Aderaldo Castello – fazem da obra de Jorge Amado, a fim de, a partir do confronto entre estas histórias e dos novos estudos de historiografia literária, evidenciar as fissuras no modelo tradicional e apontar para a necessidade de um nova história de nossa literatura. PALAVRAS-CHAVE: Historiografia literária. Jorge Amado. Crítica literária.
A mudança de paradigmas trazida pela pós-modernidade tem provocado uma revisão nos objetivos e métodos da História. Em lugar daquela formada a partir dos modelos positivistas e teleológicos da modernidade, surge agora uma compreensão dos fenômenos históricos e dos métodos de estudo da história que leva em conta a diversidade de interpretações que os fatos históricos permitem e “o lugar histórico e social” (ALBUQUERQUE
*Prof. Substituto (DLA/UEFS). Mestre em Literatura e professor de Literatura Portuguesa. E-mail: idmarboaventura@yahoo.com.br Universidade Estadual de Feira de Santana – Dep. de Letras e Artes. Tel./Fax (75) 3224-8265 - Av. Transnordestina, S/N - Novo Horizonte - Feira de Santana/BA – CEP