Análise crítica da carta de pero vaz de caminha
Pós-graduação na área de Língua Portuguesa.
Disciplina: Literatura Brasileira
Tutor: Fabrício Augusto Gomes
Turma/Local: Junho/2012
Gabriela Matos Souza Almeida
Memorial 03
Questões 01, e 02 e 03.
Texto
“Muita coisa se poderia fazer em favor da poesia:
Esfregar pedras na paisagem.
Perder a inteligência das coisas para vê-las.
(Colhida em Rimbaud)
Esconder-se por trás das palavras para mostrar-se.
Mesmo sem fome, comer as botas. O resto em Carlitos.
Perguntar distraído: – O que há de você na água?
Não usar colarinho duro. A fala de furnas brenhentas de Mário-pega-sapo era na rua. Por isso as crianças e as putas no jardim o entendiam.
Nos versos mais transparentes enfiar pregos sujos, teréns de rua e de música, cisco de olho, moscas de pensão...
Aprender a capinar com enxada cega.
Nos dias de lazer compor um muro podre para os caramujos.
Deixar os substantivos passarem anos no esterco, deitados de barriga, até que eles possam carrear para o poema um gosto de chão – como cabelos desfeitos no chão – ou como uma bule de Braque – áspero de ferrugem, mistura de azuis e ouro – um amarelo grosso de ouro da terra, carvão de folhas.
Jogar pedrinhas nim moscas...”
BARROS, Manoel de. Matéria de Poesias, 3 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1999.
UFMS Esse poema é uma espécie de manifesto, uma tomada de posição ante o fazer poético; propõe que a palavra seja descarregada de seus significados já prontos, automatizados, portanto. Nessa concepção, o verso 10 ressalta que na poesia a palavra deve ser:
a) exata. b) impermeável. c) fecunda. d) Vaga e) cristalina
2. UFMS O poema cita Rimbaud, poeta francês do século passado, e Carlitos, personagem dos filmes de Charles Chaplin. “Perder a inteligência das coisas para vê-las”, de acordo com o texto de Manuel de Barros é olhar as coisas:
a) em seu significado mais moderno.
b) com objetividade, deixando de lado o sujeito que olha.