Analgesia Multimodal
Analgesia Multimodal no
Tratamento da Dor Aguda
Beatriz do Céu Nunes*
Todo tipo de dor tem início de forma aguda, envolvendo o sistema nervoso periférico, central e componente psicológico, sendo necessário para o seu controle, além da abordagem farmacológica, o uso de métodos adjuvantes caracterizando o tratamento multimodal completo. A associação de fármacos analgésicos com mecanismos de ação diferentes permite usar doses menores para obter bom controle da dor com mínimo efeito adverso.
As diferentes vias de administração como a infiltração de ferida operatória com anestésico local, bloqueio de plexo braquial, bloqueio peridural e também a analgesia venosa, devem ser utilizadas com o mesmo objetivo sempre que houver indicação.
A lesão periférica causada por trauma, calor, cirurgia, etc, provoca dor decorrente da ação de mediadores químicos liberados pelos vasos sanguíneos, sistema imunológico e migração antidrômica das terminações nervosas. Alguns desses mediadores como óxido nítrico, cininas, bradicininas, prostaglandinas, serotonina, histamina, citocinas, S.P, glutamato, neurocinina A e peptídeo geneticamente relacionado a calcitonina ativam e/ou sensibilizam os nociceptores, constituindo o processo inflamatório, levando a hiperalgesia e sensibilização periférica. A dor aguda não tratada, persistente e intensa leva à sensibilização central, principalmente na área correspondente ao corno posterior da medula espinhal (CPME), em que neurônios de 2ª ordem serão “ bombardeados” pelos estímulos provenientes da periferia conduzidos pelas fibras C levando a alterações na modulação da nocicepção.
Essa sensibilização central caracteriza-se por diminuição do limiar álgico, expansão de campo receptivo, despolarizações ectópicas espontâneas decorrentes das alterações de permeabilidade dos canais iônicos e principalmente ativação dos receptores NMDA. Essas alterações permitem a entrada de Ca+ + na célula ativando complexos enzimáticos e levando à expressão