Ana lise do livro
A leitura do "O médico doente" nos faz perceber uma série de paradigmas ainda hoje fortes na sociedade Brasileira. Daqui para frente faremos uso de fragmentos da obra para justificar nosso ponto de vista e numerar as características que achamos importante identificadas, além da impressão que o próprio autor nos passou.
"O termômetro marcou 40,2 graus. Os calafrios eram o prenúncio de uma doença que por pouco não me levou desta para outra melhor, como diria minha avó.
Tomei um comprimido de dipirona e dormi novamente. As sete, levantei indisposto, com o corpo moído e pernas combalidas, para ir a uma reunião na faculdade de medicina.
Foi uma luta para não pegar no sono no meio da discussão. Bem fazem meus colegas japoneses, que se dão o direito de cochilar em rodízio durante as reuniões cientificas, sem recriminações mútuas. No jardim da faculdade, a caminho da rua, achei prudente voltar para casa. Um pouco de repouso me deixaria em ir à penitenciária do Estado depois do almoço, para o atendimento aos presos, atividade iniciada nesse presídio após a implosão do Carandiru."
Esse fragmento logo no início do livro nos ilustra o ideal discutido exaustivamente em aula, no qual o médico se encontra acima da doenças e não pode se dar ao luxo de sofrer com uma enfermidade. Isso fica claro quando ele descreve o esforço sob-humano que está fazendo para continuar com suas tarefas.
"Tentei fazer o que muitas vezes aconselhei a meus pacientes nessas crises: respirar fundo e relaxar. Não sei onde aprendi recomendação tão inútil para quem não é monge budista nem vive nas montanhas do Tibete."
Logo na sequência Drauzio percebe que não passa de um humano e tenta se permitir a agir como tal, porém não demora para perceber que muitas vezes faz recomendações inúteis para seus pacientes.
"Doentes com câncer invariavelmente interpretam o estado de ânimo de um médico cabisbaixo como evidência de que as coisas vão mal com eles. Nessas