Ana Cristina Cesar - Documentário
Nesse texto Ana Cristina César aborta os documentários sobre autores nacionais durante o Estado Novo e a Ditadura Militar, época em que a autora viveu.
A autora conta que o próprio governo incentivou e patrocinou a feitura destes documentários.
O objetivo era criar a identidade nacional, o nacionalismo da cultura e afirmação da identidade cultural brasileira – usando os autores de literatura como exemplo de heróis nacionais a serem seguidos.
O documentário era o melhor instrumento para tanto devido à natureza educativa do estilo cinematográfico. Que tem objetivo de “reprodução da realidade” com objetivo de ensinar, mostrar, divulgar e esclarecer.
A escolha pelo documentário também vem do desejo de modernizar o ensino usando por isso uma nova ferramenta da modernidade o cinema.
Ana.C percebe que o uso do documentário sobre literatura teve auge em dois momentos diferentes que ela chamou de Surtos: o primeiro mais educativo o segundo mais cultural.
O 1º surto teve produção de curtas-metragens, feitos em grande quantidade por um órgão, de uso do cinema de forma educacional, o INCE, começando em
1937, durante o Estado Novo, dirigidos por Humberto Mauro (Chefe de serviços técnicos Cinematográficos), com foco na vida dos autores literários.
O segundo surto surgiu nos anos 70, de 1974 em diante, filmes (curta-metragem) que se baseavam em obras literárias. Surge durante o governo militar, com patrocínio do governo por meio do MEC (Departamento de Filme Educativo e Departamento de Assuntos Culturais), de um desejo de intervenção cultural como uma forma menos evasiva de controle do que a repressão “e talvez” mais eficiente.
Esses filmes tinham de se encaixar dentro das exigências ideológicas do governo: identificar a visão oficial de literatura, concepção oficial sobre a cultura e exaltação da personalidade do escritor.
Além desses filmes os que existiam na época do governo