An lise O Cobrador
Usa de arma, violência e radicalismo para cobrar o que acredita ser de direito.
Seus pensamentos nos leva a entender que ele comete seus crimes achando que a sociedade lhe deve algo, e tem ódio dos mais ricos, por acreditar que o rico domina pelo dinheiro, enquanto o Cobrador, representante dos menos favorecidos socialmente, domina pela violência.
Um exemplo é a cena do estupro: ele entra no apartamento, apenas amarra a empregada para que não o atrapalhe, porque seu interesse é única e exclusivamente estuprar a dona da casa, numa demonstração de força e poder inconfundíveis, principalmente, pelo fato de o narrador afirmar que a mulher sentiu prazer antes dele, quando normalmente nem prazer sentiria.
Na narrativa há uma tentativa constante de dominar o outro, mas isso não acontece com o Cobrador, que no jogo da dominação vence seus “adversários” através da agressão, força, morte. Faz uso da violência para alcançar seu objetivo e justifica a sua pela do outro, visto que a rejeição social é a motivadora de seus ataques contra a sociedade.
O cobrador, personagem, a princípio sofre porque se sente em falta consigo mesmo: não tem acesso aos objetos que possam lhe dizer quem ele é; ele se sente privado de tudo aquilo que cobra. Faz também uma tentativa de sua violência não ser mais de qualquer jeito e sem vinculações sociais. Agora ele já tem um motivo para matar: ele se insere, com a ajuda da namorada politizada, num clã imaginário de despossuídos, que deverá conquistar à força, o que lhes falta em confronto com os possuidores.
Esses acontecimentos levam o homem a um sentimento de desencanto da vida e a uma sensação de vazio existencial. Vazio existencial que o Cobrador busca suprir com a tentativa de incitar uma revolução, uma luta para que o ser humano venha a ter um pouco mais de dignidade ou, pelo menos, seja