América - simon bolívar

Escrever sobre Bolívar é escrever sobre a história da América do Sul. Tal é uma das teses que permeiam o texto de Fabiana de Souza Fredrigo sobre o “Libertador”, como Simon Bolívar acabou ficando conhecido. Componente da elite criolla da atual Venezuela, Bolívar foi um militar de participação ativa nas guerras de independência da América Espanhola contra sua metrópole, a Espanha, sendo figura central em lutas nas regiões hoje conhecidas como Colômbia, Venezuela, Equador e Peru – o que corrobora a reivindicação de Fedrigo para a bricolagem entre história do continente e a de um de seus mais cultuados heróis. Entretanto, muito das convicções políticas bolivarianas foram apreendidas na própria Espanha, onde o coronel esteve duas vezes, sendo a primeira com a finalidade de aprofundar seus estudos, logo depois de seu ingresso no Batalhão de Milícias de Blancos de los Valles de Aragua, como cadete. A influência de Simón Rodríguez, pedagogo, na casa do qual passou algum meses, e de outros tutores em sua infância também pode ser notada em seus ideais. Em sua viagem pela Europa, sua estadia na França também foi importante fonte de inspiração. Participando da vida cultural da cidade, conheceu naturalistas e exploradores que vieram a apresentar importantes contribuições para a consolidação de seus ideais. De fato, o regresso à Venezuela deu-se apenas com as notícias de que os primeiros movimentos no sentido de independência estavam acontecendo. Além disso, grande parte do ideário romântico documentado em seus escritos foi devido à influência desta fase de sua vida.
Por todos esses países citados, e outros mais da região, Bolívar é um ideal e também um molde de político, ao qual as atuais lideranças sul-americanas ainda rendem tributo, principalmente nas partes da ex Grã-Colômbia, confederação que fez parte do projeto político bolivarianista de união das ex-colônias da América do Norte. Se José de San Martin é mitificado em países do Cone Sul, como a ornamentação de sua tumba