Amor a primeira vista
Mas na escolha do parceiro para uma relação estável são as referências culturais e sociais que fazem a diferença, dizem os especialistas.
Foi amor à primeira vista." A expressão tantas vezes usada está afinal errada, garantem os especialistas. À primeira vista só mesmo paixão pode acontecer. E a explicação é tudo menos romântica: é química. "As hormonas que possuímos podem levar uma pessoa a encontrar alguém cujo odor, imagem e voz desencadeiam de imediato uma resposta química que corresponda à paixão - a fase anterior à da ligação profunda que é o amor ", defende Paulo Ribeiro Claro, da Sociedade Portuguesa de Química. Mas geralmente o que acontece com a maioria das pessoas é uma atracção inicial que é puramente sexual.
Aliás, o desejo, a paixão e o amor são todos explicados por uma alquimia complexa que envolve hormonas sexuais e neurotransmissores que influenciam o nosso cérebro e nos fazem passar pelos vários estados do relacionamento amoroso: desejo, paixão e ligação, em que os sentidos também têm uma palavra a dizer.
"Qualquer um dos cinco sentidos tem a capacidade de receber estímulos sexuais, fornecendo ao homem um conjunto de informações preciosas e extremamente úteis quando este está no início, ou em pleno relacionamento com outra pessoa", fundamenta o psicólogo Tiago Lopes Lino.
Na primeira fase, existe uma atracção sexual muito forte. "É o início, quando a pessoa se deixa levar pela emoção, quando não surgem obstáculos emocionais ou mentais. É a fase do desejo sexual", explica o psicólogo clínico Fernando Mesquita, associando esta etapa do relacionamento ao aumento de produção de hormonas como a testosterona no homem e estrogénio nas mulheres.
É nesta altura que a visão e o olfacto adquirem um papel fundamental: "o ser humano tem a possibilidade de apreciar e julgar outra pessoa, e a partir daí sentir-se