Amistad
Em 1839, perto da costa de Cuba, o navio La Amistad foi palco de uma insurreição. Os africanos escravizados conseguiram se libertar das correntes e dos porões do navio e, liderados por Cinqué, matam a tripulação espanhola, deixando apenas dois espanhóis vivos que serviriam para encaminhar a embarcação de volta para a terra de origem daqueles negros. Ao invés de cumprir o trato feito com os africanos a bordo, os dois espanhóis direcionam o navio para a costa de Connecticut, norte dos Estados Unidos da América.
Nesse lugar, os africanos, que eram por volta de cinquenta, tornam-se prisioneiros e réus diante dos tribunais americanos. Inicialmente, iriam ser acusados de homicídio, uma vez que assassinaram a tripulação espanhola; no entanto, logo o caso se tornou uma questão de propriedade, pois passaram a se questionar sobre quem seriam os donos daqueles escravos – a Rainha Isabel I da Espanha, os dois espanhóis sobreviventes, os oficiais americanos que apreenderam o navio La Amistad e controlaram a rebelião, ou seriam os negros donos de si mesmos? Dentro do Tribunal o litígio se formou entre aqueles contrários a crença de que os negros deveriam ser libertados e aqueles que acreditavam na liberdade dos africanos – estes últimos adeptos do movimento dos direitos humanos, que ainda ia tomando suas formas iniciais.
O primeiro julgamento estava praticamente ganho depois de o advogado Roger Baldwin ter mostrado o inventário da carga do navio La Amistad que provava que os negros eram de Serra Leoa, adquiridos através do tráfico de escravos. Porém, é nesse momento do filme que o dilema dos africanos se torna uma questão política: com o receio de que uma Guerra Civil entre norte e sul dos EUA fosse estimulada pelo desenrolar daquele julgamento, o poder